Andei reparando muito nisso ultimamente. É inevitável, no convívio social do dia-a-dia, não nos depararmos com pessoas extremamente mal educadas, que saem de casa com a cara amarrada e voltam do mesmo jeito. "Faz isso aí", "Fecha a janela"; passam por você, quase te derrubam com um empurrão e não se ouve ao menos um "desculpe".
E é nessas horas que a gente passa a reparar muito mais nas poucas excessões. Um dia desses, voltando da aula no ônibus, entrei com mochila, cadernos, dinheiro, celular e um livro (maravilhoso da Agatha Christie, seleção de melhores contos dos anos 50 com uma capa MUITO linda). Nisso, o cobrador (que também estava lendo Agatha Christie!), um senhor bem idoso já, se ofereceu para segurar meus livros enquanto eu passava pela catraca. E ainda disse depois "muito boa essa escritora; e os livros, são a melhor coisa do mundo que você pode comprar."
Fiquei impressionada. Tanto com a educação, simpatia quanto com o valor que esse senhor dava à leitura.
Infelizmente isso não é visto com muita frequência, ainda mais fora do âmbito acadêmico.
É maravilhoso em supermercados, lojas, filas, e encontrarmos sujeitos dispostos a tornar o dia de alguém um pouco mais alegre. Com "bons-dias", "obrigados" e "por-favores", totalmente gratuitos, a convivência fica muito mais agradável. Sem exagerar, posso dizer que é capaz de tornar um dia muito melhor.