O Pai dos Efeitos Especiais



Não foram os irmãos Lumière. Nem foi Spielberg. Muitos consideram outro homem como o criador do cinema como expressão artística: Georges Méliès. Sua importância no ramo é quase tão grande quanto a injustiça de seu esquecimento: ignorado pela maioria esmagadora do público, muitas obras cinematográficas conhecidas hoje não seriam o que são sem a ajuda que Méliès ofereceu. Usando de técnicas mecânicas, de pintura, recortes, fade in e fade out, química e muita, mas muita criatividade, Méliès criou universos fantásticos, fez mais de 500 filmes e construiu o primeiro estúdio de cinema da Europa. Tudo isso sem contar que desempenhou os papéis de desenhista, caricaturista, decorador, ilusionista, ator, dramaturgo, produtor e diretor. O triste foi seu fim: acabou em uma loja de brinquedos, desconhecido.





Embora a "criação" do cinema em si seja atribuída aos irmãos Lumière, a invenção de toda a aparelhagem usada na criação de um filme foi (se não totalmente) em sua maioria obra de Méliès. Foi ele que criou os estúdios de filmagem, os guiões, as técnicas mecânicas e químicas e os efeitos especiais. O mestre Charlie Chaplin chegou a declará-lo o "alquimista da luz".



Marie-Georges-Jean-Méliès nasceu na França em 8 de Dezembro de 1861. Desinado à seguir a tradição familiar da fabricação de calçados de luxo, foi a invenção fascinante dos irmãos Lumière que mudou o rumo de sua vida: esteve presente na primeira exibição do cinematógrafo, em 1895, que, com sua magia e fascínio, acabou por convencê-lo a usar o dinheiro que recebia da empresa da família para comprar o famoso teatro de Robert-Houdin, o grande mágico.
Um ano após a exibição do cinematógrafo, já filmava e projetava suas criações, unindo o ilusionismo e a mágica com o cinema para criar efeitos inovadores. Dado que os irmãos Lumière, temendo concorrência, já não mais lhe vendiam os equipamentos, Méliès construiu os seus próprios sozinho, assim como um estúdio onde desenvolvia suas técnicas.

Porém a história teve um final não muito feliz: habituado com os palcos, não conseguiu acompanhar a evolução desenfreada do cinema. Em 1911 deixou de produzir filmes e após isso caiu em falência. No começo dos anos 1920 recebeu um apartamento do governo francês onde passou seus últimos anos trabalhando em uma loja de brinquedos.
Foi homenageado com a Legião de Honra em 1931.




Metalinguagem das mais ferrenhas, foi lançado em 2011 o filme "A Invenção de Hugo Cabret", de Martin Scorsese, baseado no livro homônimo de Brian Selznick. É o cinema homenageando o cinema.
Estrelando Asa Butterfield, Chloë Morets, Jude Law e Ben Kingsley, o ponto central do filme é um garoto que vive solitário numa estação de trens de Paris, com um mistério em mãos deixado pelo seu falecido pai. 




Não comentarei muito sobre o filme, deixo em aberto como um convite à todos que assistam ao longa. É muito bom, interessante, bem feito e divertido. Sem contar que Ben Kingsley ficou simplesmente IDÊNTICO ao Méliès.



Quem tiver torrent, aqui tem em HD, Blu-Ray e até em 3D! :O :O :O
O site é meu favorito, bem seguro e rápido pra caramba :)

E aí? Alguém assistiu o filme? Gostaram? Ou tem mais alguma meliéte aí? (termo beeem zoado que eu acabei de criar, abafa) :D

O Bom, o Mau e o Feio




Se nos anos 50 a sociedade marcada pela guerra anseiava por conforto e comodidade, os jovens da década que se seguiu não demoraram em questionar tais atitudes: surgia a contracultura, cheia de rebeldia, rock n' roll e novidades. A juventude passa por uma explosão cultural e as mudanças atingem todas as áreas da vida cotidiana, tendo mudado drasticamente a arte, na intenção de fugir do senso-comum.
E o cinema, como pura e completa expressão artística também passou por essa revolução. Foi aí que surgiram movimentos como a novelle vague,  reação às superproduções populares de Hollywood (sendo os maiores nomes Jean-Luc Goddard e François Truffaut). Na Itália, uma das respostas ao novo pensamento juvenil foi os chamados spaghetti westerns, produções com orçamentos reduzidos, atores em início de carreira ou menos conhecidos pelo público. Voltavam ao gosto popular as histórias de bang bang, antes em declínio. Três Homens em Conflito (1966), de Sergio Leone, representa bem a essência disso: anti-heróis pistoleiros sem nome foram símbolos de revolução social.


Badass ao extremo! São 161 minutos que voam como se fossem 16. Clint Eastwood (que nem sempre foi um velho com cara de rabugento, diga-se de passagem) já se consolidou como um Hattori Hanzo dos Western. É tão referência no gênero que até nosso querido Marty McFly (De Volta para o Futuro) resolveu roubar o nome emprestado durante sua viagem ao Velho Oeste.



O filme de Sergio Leone conta a disputa entre três homens, Blondie (Clint Eastwood), o "bom", Tuco (Eli Wallach), o "feio" e Angel Eyes (Lee Van Cleef), o "mau" por um tesouro escondido em um cemitério. O problema é que cada um deles sabe um pouco sobre a localização: eles precisam se unir para encontrá-lo. Porém, é óbvio, ninguém quer dividir o prêmio.



Especial Dia da Mulher | Grandes Mulheres da História



Apesar de tanta repreensão, discriminação, exclusão, de serem deslocadas e criticadas, durante todo o rumo da História houveram mulheres que fugiram à regra e não aceitaram que a sociedade as reprimisse. Tiveram um grande papel na sociedade, governaram países, inventaram, descobriram e lutaram. E hoje, no dia 8 de Março, são estas precursoras que merecem as homenagens. Muito obrigado a elas, e tantas outras que lutaram para que chegássemos onde estamos hoje. E parabéns também a todas nós, mulheres, que tentamos em pequenas ações mudar o mundo à nossa volta.

Portanto, para homenagear o Dia da Mulher, convidei duas amigas incríveis para ajudar no post: Gabrielle, do Breakfast at Cinema, e a Louise, do Esquiço de Tinta, para trazer pra vocês um pouquinho do que as históricas figuras femininas deixaram de legado para nós. :)





Nefertiti (1380 - 1345 a. C.)
Nefertiti foi rainha do Egito e mulher do Faraó Amenófis IV, conhecido como Aquenáton. Além de ser considerada na época como a mais bela de todas (Nefertiti significa "a mais Bela chegou"), foi a responsável por introduzir, junto com seu marido, o monoteísmo no Egito. De acordo com estudos, ela afastou outra mulher do faraó (Kiya) a fim de continuar sendo a primeira, e, após a morte de Aquenáton, governou sozinha, como Rainha Regente, por volta de dois anos.











A Rosa Púrpura do Cairo: Choque de Realidade



Quem nunca assistiu a um filme sem morrer de amores pelo(a) protagonista que atire a primeira pedra. Muitas vezes somos apresentadas a personagens perfeitos(as), impecáveis, ideais e sempre fica aquele ar de "ah se fosse verdade"...
Mas é justamente por isso que eles são tão perfeitos ou agradáveis. Porque não existem.
É exatamente essa a premissa de A Rosa Púrpura do Cairo (1985) de Woody Allen: a história fictícia mais real do cinema.

Tudo se passa durante a Grande Depressão (período após a Quebra da Bolsa de 1929 quando o povo americano se viu em profunda miséria), em Nova Jersey. Mia Farrow vive Cecilia, uma garçonete frustrada com um marido alcóolatra e desempregado que não é lá um amor de pessoa. Como meio de fugir da vida decepcionante e do marido violento, Cecilia recorre ao cinema, onde assistia aos filmes maravilhada diversas vezes. Porém um dia o protagonista do filme acaba saindo da tela e balançando totalmente sua vida.

A partir daqui, teremos vários spoilers.
Típica história clichê, a não ser pelo final. Ao contrário de todo romance inocente que se preze, os amantes sofrem um tremendo choque de realidade: é óbvio que eles não poderiam ficar juntos. E não ficam. Porque a vida não é um filme.
Metalinguagem vazando pelo ladrão, é um filme sobre a relação do homem com o cinema. Muitas vezes, em livros, filmes, histórias somos levados a acreditar que tudo é mil maravilhas... Ah se a vida fosse um filme.
Fim dos spoilers.




Muito inspirado na Old Hollywood, até o poster do filme faz jus à época. A trilha sonora é maravilhosa, bem sutil e melancólica e principalmente nostálgica, como todo filme de Woody Allen que se preze.

Assim, o filme é lindinho porém realmente triste. Porque é sobre realidade, e o legal é ver Elizabeth Bennet se casando com Mr Darcy, e não Jane Austen ficando pra titia. :/



OSCAR 2014 | Melhores Momentos














Cheia de surpresas, a cerimônia realizada no último domingo (2) rendeu vários momentos interessantes. De (re) queda de Jennifer Lawrence à Ellen DeGeneres de fada, confira algumas cenas:

Old habits never change: Jennifer Lawrence tropeça em um cone e cai no tapete vermelho. Detalhe que, ano passado, ao receber o prêmio de Melhor Atriz, caiu na escada do teatro.


  
 
Pharrell Williams, durante sua performance de "Happy" - tema de Meu Malvado Favorito 2 - desce do palco e convida as celebridades a dançarem com ele. Lupita Nyong'o, Amy Adams e até mesmo a veterana Meryl Streep mostraram que não ficam sentadas quando a música está alta.



A performance de Pharrell Williams que envolveu também a platéia com a música "Happy".



Karen O canta "Moon Song", do filme Ela, ao vivo no Dolby Theatre.



Homenagem da cantora Pink aos 75 anos do filme O Mágico de Oz, cantando "Somewhere Over the Rainbow", que abriu mão de seu lado circense para fazer uma performance tocante e muito bonita.



Ellen DeGeneres, após a homenagem a O Mágico De Oz, aparece fantasiada de Glinda.


Outro momento memorável foi o discurso de Jared Leto que chamou a atenção para os acontecimentos na Ucrânia e Venezuela. O ator premiado por Clube de Compras Dallas (Melhor Ator Coadjuvante) dedicou o prêmio à sua mãe, que o acompanhou na cerimônia.
"...à todos os sonhadores aí fora no mundo, nos assistindo essa noite em lugares como Ucrânia e Venezuela, eu quero dizer que estamos aqui, e enquanto vocês lutam para realizar seus sonhos e viver o impossível, nós estamos pensando em vocês esta noite."

Domingo tudo acabou em pizza (menos para DiCaprio): com seu jeito descontraído e muito bom humor, Ellen DeGeneres combina com a platéia de pedir uma pizza. E não é que ela trouxe? Com a ajuda de Brad Pitt e pratinhos de plástico, distribuiu pedaços de pizza para alguns presentes nas primeiras fileiras. Algumas celebridades tiveram que comer com a mão já que não havia pratos para todos: ô classe.


O selfie mais épico de todos! O que era pra inicialmente ser Ellen e Meryl Streep quando chegou um monte de ganso gente se tornou o tweet com mais RTs da história! Porque selfie no banheiro do restaurante é para os fracos.


Mais de 3 milhões de retweets na foto de Ellen DeGeneres (@TheEllenShow)




Trêmula e nervosa, Idina Menzel faz uma performance magnífica da música tema de Frozen - Uma Aventura Congelante, "Let it Go". Em um palco que de certa forma recriava o cenário do filme - com cristais e iluminação azul - ela cantou perfeitamente e foi aplaudida de pé.




   






O discurso de Cate Blanchett, vencedora do Oscar de Melhor Atriz por Blue Jasmine. Inspirador e motivacional à todas as mulheres do mundo, ela clamou por menos injustiça e criticou o preconceito do cinema com filmes sobre o universo feminino. Cate ainda mostrou classe e elogiou suas concorrentes, agradecendo pelo prêmio. Cheia de classe!


Depois da cerimônia de premiação, JLaw brinca e tenta roubar o Oscar de Lupita Nyong'o.


Alguém está muito feliz hoje! Vai voltar pra casa de Oscar na mão. Jared Leto brinca com os fotógrafos enquanto tira uma com a cara de Anne Hathaway. Que lindinho! <3



Pior Momento da Noite:

AVISO! ESSA IMAGEM PODE SER FORTE.

Cachorrinho que caiu da mudança feat decepção! Quase chorei com ele. Que não desceu do salto (oi?) e manteve a classe fingindo que não ligava. 
CONCEAL, DON'T FEEL, DON'T LET THEM KNOOOOOOOOW!
Heartbraking! Que dó ver o Leo não ganhar. Você não tem Oscar mas tem muitos fãs, a internet (meio estranha) e o tumblr que te amam! Quem sabe ano que vem? E não faz filme com o Scorsese que ajuda.

OSCAR 2014 | Vencedores

A noite é de tapete vermelho: hoje realiza-se, no Dolby Theatre, em Los Angeles, a cerimônia da entrega do Oscar. A apresentadora do evento é Ellen DeGeneres (The Ellen DeGeneres Show), além de participarem várias outras celebridades na entrega das estatuetas, tais como Jennifer Lawrence e Whoopi Goldberg.
De acordo com Scott Feinberg, especialista da The Hollywood Reporter em Oscar, o prêmio de 2014 está bem mais imprevisível do que o dos anos anteriores. Em 2013, ele acertou 21 dos 24 vencedores em suas previsões. "A competição está muito acirrada. Ninguém pode dizer com algum grau de confiança quem vencerá - é a primeira vez que isso acontece desde que comecei a fazer isso", disse o repórter à BBC.

A cerimônia foi iniciada com a apresentação de Ellen DeGeneres, figura extremamente simpática e que trouxe um lado cômico à noite, tudo na medida certa. Quanto à música, houveram 4 performances: Pharrell Williams cantou "Happy", tema de Meu Malvado Favorito 2, que concorria na categoria de Melhor Animação; U2 apresentou "Ordinary Love", do filme Mandela; Karen O cantou "The Moon Song", da trilha sonora de Ela e Idina Menzel, nervosa e tremendo, fez uma apresentação maravilhosa de "Let it Go", canção de Frozen vencedora do Oscar de Melhor Canção Original. A cantora Pink ainda fez uma homenagem aos 75 anos do longa O Mágico de Oz, com a música Somewhere Over the Rainbow.
Os destaques da noite foram 12 Anos de Escravidão e Clube de Compras Dallas (que tem uma resenha disponível aqui no blog), ambos com 3 prêmios. Porém os holofotes estavam voltados para Gravidade, de Alfonso Cuarón: o drama levou 7 estatuetas das 10 em que concorria ontem, e por cima ainda rendeu o primeiro Oscar de Melhor Diretor a um latino-americano.

Western Brasileiro


Idealizado por Edson Oda, para participar de uma campanha lançada por Quentin Tarantino (Pulp Fiction, Kill Bill e Bastardos Inglórios) para promover Django Livre, o curta lança mão de várias técnicas diferentes, como origami, kirigami e time-lapse para contar a história de um mercenário contratado para matar nada mais nada menos que a Morte.
Cinema brasileiro se superando! Me senti na obrigação de compartilhar esse curta.



Aproveitando a oportunidade, outro curta bem interessante pra quem é fã do Tarantino (e um tanto quanto viajado, diga-se de passagem) é o Código Tarantino, dirigido pela 300 ML e estrelado por Selton Mello e Seu Jorge.

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