Quem nunca assistiu a um filme sem morrer de amores pelo(a) protagonista que atire a primeira pedra. Muitas vezes somos apresentadas a personagens perfeitos(as), impecáveis, ideais e sempre fica aquele ar de "ah se fosse verdade"...
Mas é justamente por isso que eles são tão perfeitos ou agradáveis. Porque não existem.
É exatamente essa a premissa de A Rosa Púrpura do Cairo (1985) de Woody Allen: a história fictícia mais real do cinema.
Tudo se passa durante a Grande Depressão (período após a Quebra da Bolsa de 1929 quando o povo americano se viu em profunda miséria), em Nova Jersey. Mia Farrow vive Cecilia, uma garçonete frustrada com um marido alcóolatra e desempregado que não é lá um amor de pessoa. Como meio de fugir da vida decepcionante e do marido violento, Cecilia recorre ao cinema, onde assistia aos filmes maravilhada diversas vezes. Porém um dia o protagonista do filme acaba saindo da tela e balançando totalmente sua vida.
A partir daqui, teremos vários spoilers.
Típica história clichê, a não ser pelo final. Ao contrário de todo romance inocente que se preze, os amantes sofrem um tremendo choque de realidade: é óbvio que eles não poderiam ficar juntos. E não ficam. Porque a vida não é um filme.
Metalinguagem vazando pelo ladrão, é um filme sobre a relação do homem com o cinema. Muitas vezes, em livros, filmes, histórias somos levados a acreditar que tudo é mil maravilhas... Ah se a vida fosse um filme.
Fim dos spoilers.
Muito inspirado na Old Hollywood, até o poster do filme faz jus à época. A trilha sonora é maravilhosa, bem sutil e melancólica e principalmente nostálgica, como todo filme de Woody Allen que se preze.
Assim, o filme é lindinho porém realmente triste. Porque é sobre realidade, e o legal é ver Elizabeth Bennet se casando com Mr Darcy, e não Jane Austen ficando pra titia. :/
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