Jane Eyre - Leitura Obrigatória para toda Mulher Moderna



"Jane Eyre" (1847) é o segundo livro das Brontë que leio. O primeiro foi "O Morro dos Ventos Uivantes", de Emily Brontë que, curiosamente, ocupava o posto de meu livro favorito, perdido então para a irmã Charlotte Brontë com a instigante história de Jane, uma mulher independente e livre que cativa ora pelo seu jeito único de ser e jamais submeter-se ao jugo masculino, ora pela intensidade com que vive as paixões, medos e angústias.

Sobre a Autora



Charlotte Brontë (21 de Abril de 1816 — 31 de Março de 1855) foi uma escritora e poeta inglesa, a mais velha das três irmãs Brontë que chegaram à idade adulta. Escreveu o seu romance mais conhecido, "Jane Eyre" com o pseudónimo Currer Bell.
O seu primeiro romance foi publicado já depois da sua morte, em 1857, bem como fragmentos do romance no qual Charlotte tinha trabalhado durante os seus anos de vida que foi também recentemente publicado por Clare Boylan com o título "Emma Brown: A Novel from the Unfinished Manuscript by Charlotte Brontë" e muito material sobre Agria nas decadas que se seguiram.

(Fonte: wikipedia.org)











O livro, narrado em primeira pessoa e inclusive com momentos de interlocução direta leitor-autor, conta, sob ótica da protagonista, sua trajetória desde a infância sofrida após tornar-se órfã e morar com uma tia que a detestava, passando por um reformatório abusivamente conservador, cruel e machista até a vida adulta na mansão Thornfield. Jane Eyre é uma garota pobre que, após deixar a escola Lowood, vai trabalhar na propriedade de um rabugento senhor rico, solteirão e amargurado, O Sr. Rochester, como governanta e tutora de uma protegida dele, Àdele.






Os anos de repressão em Lowood moldaram sua personalidade a um comportamento recluso, sempre medindo com cuidado as palavras proferidas e mais ainda os sentimentos demonstrados. Assim, Jane sente-se muito à vontade na presença do amo, Sr. Rochester, de caráter rude, grosseiro e desinteressado pois não precisa demorar-se em rodeios com ele. Aos poucos, ambos começam a entregar-se a uma amizade intensa e um respeito mútuo que acaba por evoluir para uma paixão intensa. O único porém é que Thornfield esconde muito mais segredos do que parece.






O conhecimento sobre a história já existia a certo tempo, porém só procurei saber mais após assistir ao filme (confesso, principalmente porque contava com o incrível Michael Fassbender no elenco) que por sinal é muito fiel à história. O filme foi tão bem feito, e me interessei tanto pela história que procurei o livro.

E QUE MISSÃO IMPOSSÍVEL. Existem poucas versões do livro em português à venda, sendo uma delas excessivamente cara e a outra absurdamente mal feita. Implicância de quem gosta mesmo de ler, a versão tem papel fino demais, capa mole, tradução mal adaptada E ETC. Mas... O "recheio" compensa.




"Supõe-se que as mulheres devem ser bem calmas, geralmente, mas elas sentem o mesmo que os homens. Precisam de exercício para suas faculdades mentais, e campo para seus esforços, tanto quanto seus irmãos. Sofrem com restrições muito rígidas, com a estagnação absoluta, exatamente como os homens devem sofrer na mesma situação. 
E é uma estreiteza de mente de seus companheiros mais privilegiados dizer que elas devem ficar limitadas a fazer pudins, tricotar meias, tocar piano e bordar bolsas. É insensatez condená-las, ou rir delas, se procurarem fazer mais ou aprender mais do que o costume determinou que é necessário ao seu sexo."
- Jane Eyre

UFA. Sem comentários.


Alguns consideram Charlotte Brontë exatamente o oposto à Jane Austen, cujas protagonistas não eram aptas a trabalhar e só encontram a plenitude e o sucesso em casamentos. Porém eu tenho uma opinião de que Austen conduz as histórias num tom de crítica. Em "Orgulho e Preconceito", a Sra. Bennet, mãe caricata da personagem principal Elizabeth, é descaradamente criticada pela filha que a julga frívola e obcecada, pois todas as ações da velha senhora são em função de casar logo as 5 filhas solteiras.
Digamos, resumidamente, que, enquanto Austen critica a sociedade da época com ironia, Charlotte Brontë narra como é possível ir contra a pressão dessa sociedade.




(finíssima e interessantíssima Sra. Bennet)

Escrevendo sob pseudônimo de Currer Bell ("Jane Eyre", à época, foi considerado um romance polêmico, de tema forte), Brontë constrói um herói nada romântico, com falhas, muitos defeitos e nada idealizado. Prega a emancipação feminina e quebra com clichés da época de "mito da Cinderela" (a sofredora, pobre e inferior que encontra redenção ao se casar com um príncipe perfeito) adaptando-o a uma versão mais real e plausível. Jane não permite que seu "príncipe" a faça de gato e rato, ela anseia por sustentar-se decerto sozinha (trecho bem explícito quanto à recusa de Jane aos presentes caros oferecidos pelo Sr. Rochester e desejo de comprá-los com seu salário de governanta ou o dinheiro recebido do falecido tio); trabalha, e vive por si só.
Muito cabra macho mesmo.






Só lamento a escolha da atriz para o papel de Jane no cinema (Mia Wasikowska, de Alice no País das Maravilhas) por ser bem insossa. A personagem tem tanta atitude, determinação...




"I am no bird; and no net ensnares me; I am a free human being with an independent will."
"Eu não sou um pássaro; e nenhuma rede me prende; eu sou um ser humano livre com uma vontade independente."


Charlotte Brontë - Jane Eyre

Nota final:





Escrito por

Débora, 18 anos. Costumava ser um Jedi mas se uniu ao lado escuro. Da Lua.

1 comentários:

 

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